Turismo de Raízes – Raízes de Quem?

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N. Kadman

Turismo de Raízes – Raízes de Quem?

A marginalização do património palestino nas áreas turísticas oficiais israelenses

No decurso da guerra de 1948 os palestinos abandonaram ou foram forçados a abandonar as suas casas e terras, inteiros bairros urbanos e aldeias foram despovoadas, casas e propriedades foram confiscadas pelo recém criado Estado de Israel. As aldeias, pelo menos 418, foram sistematicamente destruídas. Muitos locais destas aldeias passaram a integrar o perímetro de parques nacionais e áreas turísticas oficiais israelenses.

Neste ensaio explora-se uma invulgar forma de turismo de raízes: o encontro entre os israelenses-judeus e o que resta das aldeias palestinas despovoadas e destruídas hoje situadas no interior de áreas turísticas. Como se verá, as aldeias são amplamente ignoradas ou marginalizadas na informação prestada ao público. As autoridades turísticas metodicamente subestimam as raízes dos palestinos no país para, ao invés, sobrestimarem e reverenciarem os traços de antigas ocupações hebraicas, traçando o quadro geral de um país judeu, com uma herança árabe muito minoritária.

Noga Kadman

N. KADMAN é investigadora e guia turística licenciada, com um interesse especial no encontro entre israelenses e palestinos na paisagem e na história de Israel. Trabalhou com organizações não-governamentais como a B’Tselem e Zochrot. Em 2001, concluiu o seu mestrado em Estudos da Paz e Desenvolvimento na Universidade de Gotemburgo. É co-editora de Era uma Vez uma Terra. Um guia turístico de cidades e vilas palestinas despovoadas (2012), em hebraico e árabe. A sua investigação sobre as centenas de aldeias palestinas apagadas do mapa após o estabelecimento do Estado de Israel foi publicada em 2008, em hebraico, e traduzida em 2015, em inglês, como Erased from Space and Consciousness. A partir de arquivos oficiais e publicações dos kibbutz israelenses, a autora estuda a transformação das aldeias palestinas despovoadas e arrasadas depois da guerra de 1948, bem como o sistemático apagamento da memória dos lugares da cultura árabe, hoje transformados em áreas turísticas ou parques nacionais de Israel.