Neste artigo Noura Erakat vem refutar cinco ideias insistentemente propagandeadas por Israel em relação a Gaza. A ideia de que Israel só em legítima defesa responde a ataques de Gaza; a ideia de que a retirada de Israel dos territórios de Gaza já teve lugar em 2005; a ideia de que o ataque israelense de 2014 foi motivado por rockets lançados de Gaza; a ideia de que, ao contrário de Israel, é o Hamas toma como alvo a população civil; por fim, a ideia de que o Hamas se esconde por detrás de escudos humanos.
Convocando decisões do Tribunal Internacional de Justiça, investigações, averiguações e relatórios de agências independentes (Nações Unidas, ONGs) e dados estatísticos de livre acesso, a autora, em breve síntese, refuta a posição de Israel, acriticamente reproduzida e difundida pelos meios de comunicação dominantes.
Noura Erakat
N. ERAKAT (n.1980), formada pela Universidade de Berkeley, é jurista especializada em direitos humanos e professora assistente na George Mason University, nos EUA. Foi consultora jurídica (2007-09) do “Comité de Supervisão” da Câmara de Representantes dos EUA e integra o conselho de administração do Institute for Policy Studies, think tank baseado em Washington, D.C., desenvolvendo atividade no âmbito da política externa, direitos humanos, economia e segurança dos EUA. É autora de múltiplos ensaios breves e assina dois principais livros, Aborted State? The UN Initiative and New Palestinian Junctures (co-editado com M. Rabbani, 2013) e Justice for Some. Law and the Question of Palestine (2019). Em 2010, co-fundou o jornal online Jadaliyya, ponto de encontro entre especialistas e não-especialistas nos grandes temas da atualidade do Médio Oriente e do mundo árabe. Com frequência é solicitada pelos media para se pronunciar em relação à questão palestina (CBS, CNN, NBC, PBS, BBC, Al-Jazeera, entre outros). Tem artigos publicados em títulos tais como o New York Times, Washington Post, LA Review of Books, LA Times, Nation, USA Today, Middle East Eye, Huffington Post e tantos outros.
Ao combinar as perspectivas jurídica e de estudos coloniais tem propiciado um novo olhar em relação a aspectos tais como as origens e natureza do conflito, o falhanço dos Acordos de Oslo e vias para ultrapassar o presente impasse.